A embolização é uma técnica minimamente invasiva amplamente estudada na neurorradiologia intervencionista, utilizada para tratar pacientes com todos os tipos de aneurismas cerebrais.
Confira algumas das dúvidas mais comuns trazidas em consultório. Se a sua não está entre elas, entre em contato para agendar uma consulta.
O aneurisma cerebral é uma dilatação que se forma na parede enfraquecida de uma artéria do cérebro. A pressão normal do sangue dentro da artéria força essa região menos resistente e dá origem a uma espécie de “bolha”, que pode ir crescendo lenta e progressivamente.
Seu mais risco é a ruptura, que causa hemorragia (AVC hemorrágico), quadro grave e potencialmente fatal.
Em geral, o aneurisma cerebral é mais comum a partir dos 50 anos de idade, à medida que a pessoa envelhece, e afeta mais as mulheres. É uma doença considerada grave, pois apenas 2/3 dos pacientes sobrevivem ao episódio de sangramento, sendo que cerca da metade permanece com graves sequelas que comprometem a qualidade de vida.
Muitos pacientes com aneurismas cerebrais não apresentam sintomas e só descobrem a condição acidentalmente. A detecção precoce, antes da ruptura, é crucial para prevenir complicações.
Pessoas com fatores de risco ou histórico familiar devem considerar fazer exames de rastreamento para detecção e tratamento preventivo, mesmo que não tenham sintomas.
A maioria das pessoas com aneurismas cerebrais não apresenta sintomas. No entanto, quando os sintomas surgem, é essencial determinar se estão relacionados à ruptura do aneurisma.
Sintomas não relacionados à ruptura são resultado do crescimento gradual do aneurisma, que exerce pressão nas estruturas cerebrais. Eles variam conforme a localização e podem incluir:
- Dores de cabeça
- Mudanças na visão
- Paralisia dos músculos oculares
- Dificuldades na fala
- Problemas de equilíbrio
Sintomas relacionados à ruptura incluem uma dor de cabeça intensa e súbita, frequentemente descrita como "a pior dor já experimentada". Podem ou não ser acompanhados por:
- Perda de consciência
- Dificuldade de movimento
- Problemas na fala
- Dor no pescoço
- Convulsões
- Mudanças repentinas na visão
- Vômitos
Identificar os sintomas e sua relação com o aneurisma é fundamental para um diagnóstico preciso e intervenção médica adequada.
Qualquer dor de cabeça que comece abruptamente, seja intensa e venha acompanhada de desmaios, convulsões, vômitos ou fraqueza súbita no corpo deve ser tratada com grande atenção. Esses são sinais cruciais que não podem ser ignorados. É fundamental que pacientes que apresentem esses sintomas busquem atendimento hospitalar imediato. No caso de a dor ser causada por um sangramento aneurismático, um tratamento imediato é essencial para evitar recorrências e possíveis consequências graves.
Na primeira consulta, o paciente pode esperar um atendimento personalizado, que pode ser realizado tanto presencialmente quanto através da telemedicina para maior conveniência. O foco principal é compreender a complexidade do caso específico e oferecer as melhores opções para tratamento.
Inicialmente, será coletado um histórico médico completo, incluindo informações pessoais e antecedentes familiares relevantes. Esse passo é vital para entender qualquer predisposição genética ou fatores de risco que possam estar em jogo.
Exames complementares previamente realizados também serão revistos. Se o paciente ainda não tiver feito exames específicos, poderão ser recomendados os mais adequados, variando de uma ressonância magnética a uma angiografia cerebral.
O contexto pessoal e estilo de vida do paciente também são levados em consideração na consulta. Fatores como idade, ocupação e hábitos diários podem influenciar na decisão quanto as opções de tratamento.
A partir dessa abordagem, será mais fácil discutir e selecionar as opções de tratamento mais adequadas, podendo variar desde a observação contínua e controle de fatores de risco até intervenções definitivas, como a embolização.
Para a avaliação completa de um aneurisma cerebral, diferentes tipos de exames são frequentemente necessários. Eles podem ser categorizados em exames de imagem e exames pré-operatórios.
Exames de Imagem:
- Tomografia computadorizada (TC): é muitas vezes o primeiro exame realizado para identificar qualquer hemorragia ou problema cerebral, sobretudo nos quadros agudos.
- Angiotomografia e Angioressonância: utilizados em determinadas situações para fornecer informações adicionais sobre a anatomia das artérias do cérebro.
- Angiografia cerebral: considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de aneurismas, este exame fornece um nível de detalhe muito elevado e é crucial para o planejamento de intervenções futuras.
Exames pré-operatórios:
- Exames de sangue: essenciais para avaliar a condição geral do paciente e identificar possíveis problemas que podem afetar a cirurgia, como questões relacionadas à coagulação ou infecção.
- Avaliação cardiológica: uma consulta com um cardiologista é frequentemente recomendada para avaliar o risco cirúrgico, especialmente se o paciente tem histórico de doença cardíaca ou outros fatores de risco. Comumente é realizado eletrocardiograma e radiografia do tórax, podendo ser realizados outros exames como o eco-cardiograma ou teste de esforço.
A escolha dos exames dependerá de diversos fatores, incluindo os sintomas, a localização e o tamanho do aneurisma, e quaisquer outras condições médicas existentes. O objetivo é fornecer uma visão abrangente que permita um plano de tratamento individualizado e o mais seguro possível.
A abordagem para essa condição requer uma avaliação completa por parte da equipe médica, na qual, em colaboração com o paciente, será selecionado o tipo de tratamento mais apropriado. As alternativas de tratamento incluem:
- A chamada "conduta expectante" ou "tratamento clínico", que envolve a não realização de nenhum procedimento;
- O tratamento endovascular, que é conduzido por um neurorradiologista intervencionista;
- O tratamento cirúrgico, realizado por um neurocirurgião.
Cada caso deve ser analisado de forma individualizada. Os médicos basearão suas recomendações em vários fatores, como o tamanho e a localização do aneurisma, os sintomas associados e os riscos inerentes aos procedimentos, entre outros.
Nesse contexto, exames adicionais, como testes sanguíneos e exames de imagem, especialmente a Ressonância Magnética e a Angiografia Cerebral, podem ser solicitados pelo médico. Com base nessas informações clínicas e complementares, o paciente e o médico poderão colaborar para tomar a decisão mais apropriada em relação ao tratamento a seguir.
O período de recuperação após a realização de um procedimento de embolização é planejado para garantir tanto a segurança quanto o conforto do paciente. Inicialmente, é comum a permanência na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para observação neurológica e monitoramento das condições gerais de saúde. Este período de observação intensiva dura tipicamente algumas horas e serve como uma medida preventiva.
Na sequência, e de acordo com a avaliação médica, o paciente é frequentemente liberado para alta hospitalar dentro de 24 a 48h. Após a alta hospitalar, é recomendado que o paciente mantenha um período de repouso relativo durante alguns dias. Além disso, é crucial seguir rigorosamente as orientações médicas quanto à administração de medicamentos prescritos, que podem incluir analgésicos e antia-agregantes plaquetários.
A fase final do processo de recuperação inclui um retorno ao consultório médico para uma avaliação pós-operatória. Este encontro serve para revisar quaisquer dúvidas sobre os dias após o procedimento, discutir quaisquer sintomas residuais e programar o acompanhamento para monitorar a evolução a longo prazo.
Esta abordagem sequencial e cuidadosa contribui para uma recuperação mais eficaz e segura, permitindo que o paciente retome suas atividades cotidianas o mais rápido possível.
Neurorradiologista Intervencionista
Radiologista Intervencionista
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A embolização com espirais metálicas, também conhecidas como molas, é um procedimento minimamente invasivo e altamente eficaz. Essas pequenas espirais de material especial são cuidadosamente inseridas no interior do aneurisma por meio de um cateter, onde se expandem e se ajustam à forma do aneurisma. Uma vez posicionadas, essas molas bloqueiam a circulação sanguínea dentro do aneurisma, reduzindo significativamente o risco de sangramento e ajudando na prevenção de complicações futuras.
A embolização com balão e “molas” é uma técnica avançada e segura. Durante esse procedimento, um balão é temporariamente inflado próximo ao aneurisma, criando um suporte que auxilia na colocação precisa das molas. Isso garante que as molas se ajustem de maneira adequada ao interior do aneurisma, promovendo um bloqueio eficaz do fluxo sanguíneo e, assim, minimizando o risco de sangramento futuro. Essa abordagem combinada de balão e molas é uma estratégia poderosa no tratamento de aneurismas cerebrais, visando a estabilização e a segurança do paciente a longo prazo.
A embolização com stent e “molas” é uma abordagem avançada que oferece benefícios adicionais. Nesse procedimento, um stent, que é uma espécie de malha metálica, pode ser posicionado de forma permanente na área em frente ao aneurisma. Além de auxiliar na colocação precisa das molas, o stent também desempenha um papel fundamental na cicatrização e reforço da parede da artéria afetada. Isso contribui para a estabilização do aneurisma e minimiza o risco de complicações futuras, proporcionando uma solução abrangente e duradoura para pacientes com essa condição.
A embolização com stent divergente de fluxo é uma técnica inovadora que emprega um tipo especial de stent com uma malha mais densa. Esse stent é projetado para redirecionar o fluxo sanguíneo, desviando-o do interior do aneurisma. Com o tempo, esse redirecionamento do fluxo leva à redução gradual do tamanho do aneurisma e, eventualmente, à sua cicatrização. Essa abordagem é particularmente eficaz para aneurismas específicos e oferece uma solução duradoura para pacientes, ajudando a evitar complicações futuras relacionadas ao aneurisma.
Meu nome é Daniel Abud, médico especialista em Neurorradiologia Intervencionista. Espero poder contribuir para esclarecer suas dúvidas e me coloco à disposição para o diálogo necessário aqui e em meus canais sociais.
Venho de uma família com longo histórico na medicina e, desde cedo, ela se tornou uma das grandes paixões da minha vida. Já no início da carreira médica, concentrei meus esforços nessa especialidade que me acolheu. Apresento abaixo um pouco da minha trajetória acadêmica e profissional.
Cursei a Faculdade de Medicina na USP de Ribeirão Preto, onde tive o privilégio de realizar da formação básica à titulação como Livre Docente. Ainda cedo na vida acadêmica, entrei contato com a especialidade da Radiologia Intervencionista e após dedicação ao estudo, tive uma importante experiência complementar na França: na Fondation Adolphe de Rosthschild, em Paris, aprimorei meus conhecimentos com os grandes mestres contemporâneos e desenvolvi ainda mais minha afinidade pela ciência.
Hoje, atuo nas cidades de São Paulo e Ribeirão Preto, nas quais tenho o prazer de liderar a equipe da Neocure, comprometida com a pesquisa em todas as áreas da Radiologia Intervencionista. Atuo diretamente no atendimento aos pacientes, na formação médica e na assessoria aos especialistas que desejam se aprimorar em nossa área.
Caracterizada pela inflamação dos vasos sanguíneos, que pode atingir diferentes regiões do organismo ou se restringir aos vasos cerebrais, a vasculite pode ser diagnosticada a partir da angiografia cerebral.
Patologia pouco conhecida e de risco, a vasculite não só inflama, como também destrói as paredes dos vasos. Os seus sintomas incluem dores de cabeça, déficit neurológico focal e, até mesmo, crises convulsivas.
Por se tratar de uma doença potencialmente grave, o diagnóstico preciso é crucial e, neste ponto, a sensibilidade e precisão da angiografia são aliados importantes.
A angiografia é uma ferramenta diagnóstica essencial no estudo das estenoses das artérias cervicais, oferecendo uma visualização direta do fluxo sanguíneo e permitindo aos médicos detectar, avaliar e quantificar o estreitamento destas artérias.
Além de identificar a presença e gravidade da estenose, a técnica proporciona uma compreensão detalhada da morfologia da lesão, abrangendo o comprimento da estenose, a presença de ulcerações e a natureza da placa, elementos cruciais para avaliar o risco de eventos cerebrovasculares
Em situações que exigem intervenção, a angiografia é indispensável, pois fornece informações precisas que ajudam no planejamento do procedimento, assegurando que a intervenção seja eficaz e segura para o paciente
O aneurisma cerebral é uma dilatação que se forma na parede enfraquecida de uma artéria do cérebro causada pela pressão sanguínea. Essa dilatação forma uma espécie de “bolha” que pode crescer de forma progressiva.
A maior ameaça associada a essa condição é o risco de ruptura, o que pode resultar em hemorragia e um episódio de AVC hemorrágico, uma situação extremamente séria e potencialmente fatal.
Nesse contexto, a angiografia cerebral desempenha um papel crucial ao oferecer uma visualização precisa e detalhada das artérias cerebrais, possibilitando diagnósticos precoces de aneurismas. Isso, por sua vez, viabiliza decisões médicas eficazes para prevenir rupturas e reduzir os riscos associados.
A malformação arteriovenosa é uma condição de alto risco originada por uma complexa anomalia na comunicação entre artérias e veias, podendo até resultar em um AVC hemorrágico.
Essa é uma condição congênita que geralmente demora a manifestar seus primeiros sinais e se revela por meio de sintomas como hemorragias, convulsões e dores de cabeça crônicas.
Cada caso requer uma avaliação personalizada para estabelecer um tratamento verdadeiramente eficaz. Entre os exames que contribuem para o diagnóstico dessa condição, a angiografia cerebral se destaca como uma opção segura e de alta qualidade.