O tratamento da Malformação Arteriovenosa Cerebral - MAV, é multidisciplinar, com técnicas que podem ser combinadas entre si ou aplicadas de forma independente. A embolização é um dos pilares essenciais do tratamento dos pacientes com essa condição.
Confira algumas das dúvidas mais comuns trazidas em consultório. Se a sua não está entre elas, entre em contato para agendar uma consulta.
A malformação arteriovenosa cerebral (MAV) é uma condição rara na qual uma rede anormal de vasos sanguíneos conecta diretamente artérias e veias, sema presença dos capilares que normalmente regulam o fluxo sanguíneo. Isso aumenta o risco de sangramentos cerebrais - AVC hemorrágico.
Algumas MAVs maiores podem comprimir o tecido cerebral adjacente, resultando em problemas neurológicos.
Essa condição frequentemente se manifesta entre os 20 e 30 anos de idade, sendo a hemorragia a principal forma de apresentação inicial da doença.
O tratamento da MAV geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar e pode incluir embolização, cirurgia eradioterapia. A detecção precoce e o gerenciamento adequado são fundamentais para prevenir complicações graves.
A causa exata do surgimento das malformações arteriovenosas cerebrais ainda é desconhecida. Contudo, acredita-se que muitas MAVs cerebrais se originam de uma interrupção no desenvolvimento normal dos vasos sanguíneos do sistema nervoso, resultando na fusão e conexão direta entre veias e artérias.
No entanto, mesmo na literatura especializada, persistem incertezas quanto às causas precisas desse desvio no desenvolvimento vascular embrionário. Há indícios que em muitos casos, a doença seja adquirida, ou seja, sendo desenvolvida ao longo da vida.
Ainda hoje, se investigam os fatores genéticos, ambientais e moleculares que podem desempenhar um papel na formação das MAVs.
As malformações arteriovenosas cerebrais frequentemente não apresentam sintomas até que ocorra o primeiro evento clínico, que pode se manifestar como um acidente vascular cerebral hemorrágico, convulsões, dores de cabeça ou progressivos ou transitórios déficits neurológicos.
Em casos mais graves de MAV, há um risco de ruptura dos vasos sanguíneos, resultando em hemorragias na região cerebral. As MAVs rotas costumam exibir sintomas mais severos, como cefaleia súbita e intensa, perda de visão, dificuldade na fala, redução da compreensão, tonturas e quedas repentinas de equilíbrio.
Frequentemente a MAV permanece assintomática e seus sinais podem não se manifestar nos primeiros anos de vida.
Os sangramentos relacionados a MAVs representam 2% de todos os acidentes vasculares cerebrais, com uma média de risco anual de sangramento variando de 2% a 4%. A mortalidade anual é de 1%, mas após o primeiro episódio de sangramento, o risco de recorrência aumenta para 6% a 18% no primeiro ano.
Cada sangramento por MAV está associado a uma taxa de mortalidade de 5% a 15% e um risco de sequelas significativas de 20% a 30%. No entanto, o risco de sangramento varia entre as MAVs devido a fatores específicos.
Além disso, a rápida passagem de sangue arterial para a veia em MAVs pode causar "roubo de fluxo" no tecido cerebral adjacente, potencialmente levando à isquemia e resultando em déficits neurológicos ou crises convulsivas. Portanto, uma abordagem cuidadosa e individualizada no tratamento e no acompanhamento de pacientes com malformações arterioveniosas cerebrais é fundamental para melhorar os resultados clínicos.
O diagnóstico da malformação arteriovenosa (MAV) é geralmente realizado por meio de exames de imagem, como ressonância magnética craniana, tomografia computadorizada e a angiografia cerebral digital.
A angiografia cerebral desempenha um papel especialmente valioso ao mapear os vasos do nidus da MAV.
A realização desses exames é fundamental para garantir um diagnóstico preciso e estabelecer um plano de tratamento adequado.
O maior risco associado às MAVs cerebrais reside na possibilidade de um acidente vascular cerebral hemorrágico, ou seja, na ruptura abrupta de uma dessas malformações arteriovenosas.
Embora em alguns casos isso possa resultar em sintomas leves, há também o potencial para consequências graves, inclusive a possibilidade de fatalidade ou a presença de sequelas debilitantes ao longo da vida da pessoa afetada pela MAV cerebral.
Além disso, mesmo nas situações em que não ocorre a ruptura, persiste a ameaça de sintomas neurológicos devido ao desvio do fluxo sanguíneo para a área da MAV ou ao crescimento da própria MAV, que pode exercer pressão sobre o tecido cerebral adjacente.
Com a crescente disponibilidade de exames de imagem nos dias atuais, temos notado um aumento significativo no diagnóstico de malformações arteriovenosas cerebrais.
Em algumas circunstâncias, pacientes são submetidos a ressonâncias magnéticas ou tomografias por razões diferentes e, assim, descobrem incidentalmente a presença de uma MAV.
É importante procurar um médico especializado. Esse profissional possui o conhecimento e a experiência necessários para conduzir uma avaliação abrangente dessa condição, garantindo o diagnóstico e um tratamento adequado, quando necessário.
O tratamento da MAV é individualizado. O profissional médico responsável irá primeiramente ponderar se há beneficio em se realizar qualquer tipo de intervenção. Não são todos os pacientes com MAV que terão tratamento indicado.
Uma vez indicado, o tratamento pode ser multidiciplinar, envolvendo cirurgia, radiocirurgia e embolização.
É crucial que pacientes e familiares busquem informações detalhadas sobre a condição, discutam os tratamento com especialistas e tomem decisões informadas para definir o melhor curso de ação.
Neurorradiologista Intervencionista
Radiologista Intervencionista
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Meu nome é Daniel Abud, médico especialista em Neurorradiologia Intervencionista. Espero poder contribuir para esclarecer suas dúvidas e me coloco à disposição para o diálogo necessário aqui e em meus canais sociais.
Venho de uma família com longo histórico na medicina e, desde cedo, ela se tornou uma das grandes paixões da minha vida. Já no início da carreira médica, concentrei meus esforços nessa especialidade que me acolheu. Apresento abaixo um pouco da minha trajetória acadêmica e profissional.
Cursei a Faculdade de Medicina na USP de Ribeirão Preto, onde tive o privilégio de realizar da formação básica à titulação como Livre Docente. Ainda cedo na vida acadêmica, entrei contato com a especialidade da Radiologia Intervencionista e após dedicação ao estudo, tive uma importante experiência complementar na França: na Fondation Adolphe de Rosthschild, em Paris, aprimorei meus conhecimentos com os grandes mestres contemporâneos e desenvolvi ainda mais minha afinidade pela ciência.
Hoje, atuo nas cidades de São Paulo e Ribeirão Preto, nas quais tenho o prazer de liderar a equipe da Neocure, comprometida com a pesquisa em todas as áreas da Radiologia Intervencionista. Atuo diretamente no atendimento aos pacientes, na formação médica e na assessoria aos especialistas que desejam se aprimorar em nossa área.
A radiocirurgia se destaca como uma opção terapêutica não invasiva, minimizando os efeitos colaterais e oferecendo resultados notáveis.
Sua precisão direciona a radiação apenas ao tecido cerebral afetado, protegendo o tecido cerebral saudável. Isso elimina a necessidade de internação hospitalar prolongada, frequentemente permitindo que os pacientes retornem para casa no mesmo dia após a sessão de tratamento.
Essa abordagem inovadora, com poucos impactos no dia a dia do paciente, destaca-se como uma escolha eficaz e conveniente no tratamento das malformações arteriovenosas cerebrais.
No tratamento da MAV cerebral por cirurgia aberta, é necessário realizar uma abertura no crânio do paciente. Isso permite a dissecção cerebral e a remoção da malformação em sua totalidade, garantindo a resolução eficaz do problema.
Embora seja um procedimento mais invasivo em comparação com outras opções, como a radiocirurgia, a cirurgia aberta é indicada em casos específicos em que a abordagem direta é necessária para garantir a segurança e eficácia do tratamento.
O paciente pode requerer hospitalização por alguns dias após a cirurgia e um período de recuperação antes de retomar suas atividades normais. Essa abordagem cirúrgica é cuidadosamente considerada com base nas características individuais da MAV e nas necessidades do paciente.
Esse procedimento requer anestesia geral e utiliza angiografia e raio-X para orientar os cateteres arteriais, geralmente inseridos na virilha, para acessar a área com a malformação vascular. Materiais especiais são usados para preencher a lesão com um agente embólico líquido, interrompendo o fluxo sanguíneo e eliminando o risco de sangramento.
Após o procedimento, o paciente é despertado da anestesia e permanece internado por alguns dias. Pode ser necessário repetir a embolização, dependendo das características da lesão e para garantir a eficácia do tratamento. Antes da intervenção, é importante suspender certos medicamentos, e o paciente deve passar por avaliação pré-anestésica.
Caracterizada pela inflamação dos vasos sanguíneos, que pode atingir diferentes regiões do organismo ou se restringir aos vasos cerebrais, a vasculite pode ser diagnosticada a partir da angiografia cerebral.
Patologia pouco conhecida e de risco, a vasculite não só inflama, como também destrói as paredes dos vasos. Os seus sintomas incluem dores de cabeça, déficit neurológico focal e, até mesmo, crises convulsivas.
Por se tratar de uma doença potencialmente grave, o diagnóstico preciso é crucial e, neste ponto, a sensibilidade e precisão da angiografia são aliados importantes.
A angiografia é uma ferramenta diagnóstica essencial no estudo das estenoses das artérias cervicais, oferecendo uma visualização direta do fluxo sanguíneo e permitindo aos médicos detectar, avaliar e quantificar o estreitamento destas artérias.
Além de identificar a presença e gravidade da estenose, a técnica proporciona uma compreensão detalhada da morfologia da lesão, abrangendo o comprimento da estenose, a presença de ulcerações e a natureza da placa, elementos cruciais para avaliar o risco de eventos cerebrovasculares
Em situações que exigem intervenção, a angiografia é indispensável, pois fornece informações precisas que ajudam no planejamento do procedimento, assegurando que a intervenção seja eficaz e segura para o paciente
O aneurisma cerebral é uma dilatação que se forma na parede enfraquecida de uma artéria do cérebro causada pela pressão sanguínea. Essa dilatação forma uma espécie de “bolha” que pode crescer de forma progressiva.
A maior ameaça associada a essa condição é o risco de ruptura, o que pode resultar em hemorragia e um episódio de AVC hemorrágico, uma situação extremamente séria e potencialmente fatal.
Nesse contexto, a angiografia cerebral desempenha um papel crucial ao oferecer uma visualização precisa e detalhada das artérias cerebrais, possibilitando diagnósticos precoces de aneurismas. Isso, por sua vez, viabiliza decisões médicas eficazes para prevenir rupturas e reduzir os riscos associados.
A malformação arteriovenosa é uma condição de alto risco originada por uma complexa anomalia na comunicação entre artérias e veias, podendo até resultar em um AVC hemorrágico.
Essa é uma condição congênita que geralmente demora a manifestar seus primeiros sinais e se revela por meio de sintomas como hemorragias, convulsões e dores de cabeça crônicas.
Cada caso requer uma avaliação personalizada para estabelecer um tratamento verdadeiramente eficaz. Entre os exames que contribuem para o diagnóstico dessa condição, a angiografia cerebral se destaca como uma opção segura e de alta qualidade.
A embolização com espirais metálicas, também conhecidas como molas, é um procedimento minimamente invasivo e altamente eficaz. Essas pequenas espirais de material especial são cuidadosamente inseridas no interior do aneurisma por meio de um cateter, onde se expandem e se ajustam à forma do aneurisma. Uma vez posicionadas, essas molas bloqueiam a circulação sanguínea dentro do aneurisma, reduzindo significativamente o risco de sangramento e ajudando na prevenção de complicações futuras.